quinta-feira, 26 de maio de 2011

O QUE É RAPPEL?



A palavra rapel vem do francês rappel  e quer dizer "chamar" ou "recuperar". Para explicar a origem da palavra começamos pelo seu criador Jean Charlet-Stranton. Por volta de 1879, a técnica foi inventada, meio "sem querer" por Jean e seus companheiros Prosper Payot e Frederic Folliguet, durante a conquista do Petit Dru, um paredão de rocha coberta de gelo e neve, perto de Chamonix, na França. 



A palavra surgiu quando Jean explicava a técnica: "je tirais vivement par ses bouts la corde qui, on se le rappelle...." que quer dizer em tradução livre "Quando chegava perto de meus companheiros eu puxava fortemente a corda por uma de suas pontas e assim a trazia de volta para mim". Ele chamava a corda de volta ao terminar a escalada e a descida de uma montanha ou pico. Da criação inicial do francês surgiria uma técnica de descida derivada do alpinismo que passou a ser usada, principalmente, na exploração de grutas e cavernas e em resgates. 

Até hoje, o rapel é usado nas forças armadas para resgates, ações táticas e explorações, por ser a forma mais rápida de descer algum obstáculo. No Brasil, o Rapel surgiu há aproximadamente15 anos com os primeiros espeleólogos. 

Aos poucos o rapel foi se tornando uma forma de atividade praticada nos fins-de-semana, à medida que as explorações e técnicas foram se popularizando, surgindo assim novas modalidades e somente nos últimos anos ele tem sido visto como desporto. 

Um exemplo de como está se tornando um esporte radical é a modalidade chamada indoor, com paredes especialmente desenvolvidas para o esporte. Os rapeleiros também descem grutas, cachoeiras, pontes e até prédios. Como em todo esporte, o rapel tem suas técnicas básicas. Quando os pés têm contato com a parede, durante a descida, utilizam-se as técnicas de rapel em positivo. Quando praticado em vãos livres, onde não há contato dos pés com a parede, a técnica é de rapel em negativo. Para cada técnica é possível realizar algumas manobras como saltos, giros e descidas de ponta-cabeça. 

Mas se engana quem pensa que um esporte para ser radical tem que ser perigoso. O rapel é um esporte seguro. Praticado com responsabilidade, deve ser executado em grupo, onde um integrante é sempre responsável pela vida de outro. São, no mínimo, três participantes. Um é responsável por colocar o praticante na corda, conferir se seu equipamento está correto e orientá-lo no momento da abordagem. O praticante atual é quem vai fazer a descida. A segurança é garantida por uma pessoa que fica em baixo, segurando a corda, atento a qualquer distração ou erro do praticante. 

Mesmo para quem vai praticar apenas como lazer há aulas com as instruções, um treinamento com o equipamento e só depois os praticantes seguem para o rapel, sempre acompanhados por uma equipe. Tanto cuidado é compensador.




Estilos de rapel
  • Inclinado: É o tipo de rapel mais simples de ser executado. Ele é feito em uma parede com menos de 90º de inclinação;
  • Vertical: Diferencia do rapel inclinado apenas na saída, onde dependendo do ponto de fixação da corda, pode-se ter um alto nível de força na cadeirinha (bouldrier) devido à passagem do plano horizontal para o vertical;
  • Negativo: É feito sem o contato dos membros inferiores com qualquer tipo de "meio" (pedra, parede, etc). O ponto crítico é a saída, pois se fica quase de cabeça para baixo e há um nível muito alto de pressão na cadeirinha e no freio. É um dos mais praticados hoje;
  • Invertido negativo: Feito nas mesmas condições do rapel negativo, sendo que após a saída, toma-se posição de cabeça para baixo;
  • Frente inclinada: Nas mesmas condições que o inclinado, sendo este de frente para a descida. Esta é uma posição em que a força da gravidade atua mais do que no inclinado;
  • Cachoeira (canyoning): Praticado em paredes de quedas d'água este tipo de rapel, enfrenta pedras escorregadias e a força da queda d'água;
  • Intercalado: Nesta modalidade faz-se "escalas". Desce-se com a corda dobrada e a prende em um outro ponto de fixação. A descida obedece uma sequencia estabelecida anteriormente.





Equipamentos
  • Mosquetões de aço: Usados na ancoragem da corda em que é feita a descida. São os recomendados por terem uma resistência e durabilidade;
  • Mosquetão de alumínio: Servem para ligar o Freio à cadeirinha;
  • Fitas Solteiras: São as mais aconselhadas para se fazer ancoragens;
  • Cordas: Usadas para fazer a descida (Nylon e o Polipropileno), devem ser do tipo que possuem "alma", ou seja, que tenham um núcleo trançado independente além da capa (parte externa);
  • Luvas: Servem para proteger a mão do praticante contra queimaduras e ajudam a dar mais atrito na hora de reduzir a velocidade da descida;
  • Capacete: Protege de vários perigos, desde deslizamentos de pedras à queda acidental de um equipamento de um praticante que esteja acima;
  • Freio 8 (ou blocante): De aço ou alumínio é usado para torcer a corda, aumentando o atrito e assim, reduzindo a velocidade da descida;
  • Cadeirinha (bouldrier): É uma espécie de "cinta" que envolve as pernas e os quadris. Pode ser fabricada (costurada em modelos) ou pode ser feita de cabo solteiro (pedaço de corda do mesmo material usado na corda do rapel.

Um comentário:

  1. Muito bom o Blog Danilo, tem que colocar o espaço dos seguidores do Aranhas.
    Siga o Blog.

    Parabéns!

    ResponderExcluir