domingo, 27 de novembro de 2011

O GRUPO ARANHAS NEGRAS NO SITE IBAHIA.COM

Rappel urbano transforma passarelas e viadutos de Salvador em palco de aventura.


Grupos de jovens aventureiros se reúnem para praticar o esporte em meio a movimentação da capital baiana.


Passarela tem altura equivalente a prédio de quatro andares
É provável que o trânsito caótico do começo de noite na Avenida Paralela não deixe ver, mas um olhar mais atento pode se assustar ao perceber que logo ao lado, do alto dos 13 metros da passarela de pedestres, alguém desce pendurado numa corda. Não tem montanha, cachoeira, água batendo na cabeça ou vista paradisíaca ao fundo. No máximo, o barulho das buzinas e a luz dos faróis. Mas o aventureiros do rapel urbano, em Salvador, se viram deslizando rumo ao chão com o que a cidade tem para oferecer.
Danilo Campos, 29 anos, criou o grupo "Aranhas Negras" em março de 2007, e carrega a paixão pelo rapel tatuada no peito. Daí em diante, ele e outros amigos, numa turma que foi aumentando durante o tempo, fazem de algumas edificações da capital baiana o palco para momentos de adrenalina. "Faço rapel há mais de 14 anos, e já começei fazendo na cidade mesmo. Vejo isso como uma forma de viver melhor, aliviar o stress, sair da correria...", relata o mentor do grupo, que hoje conta com cerca de 25 praticantes.
Além da passarela localizada em frente a um hipermercado na Avenida Paralela, há outros locais em Salvador que costumam receber a turma afim de aventura. "Também dá pra fazer no viaduto da Cardeal da Silva - que dá na Avenida Garibaldi, em um prédio no Barbalho e na torre da Estação Pirajá", explica Danilo, mapeando os pontos visitados pelos mais de seis grupos de rapel que ele conhece na capital baiana.

No vai e vem dos pedestres, sempre há quem torça o nariz, achando tudo muito estranho, mas por outro lado há quem pare, olhe e depois volte para se juntar a eles. "Já aconteceu várias vezes. Muitos que hoje estão com a gente estavam passando algum dia, olharam e quiseram entrar no grupo", conta Danilo. E se engana quem pensa que demora entre a primeira visita e a descida inaugural. "Depende da pessoa, mas geralmente no primeiro dia já dá pra descer, não tem complicação, só tem que ter coragem".

Atala realizou a primeira descida com apenas 12 anos
Até criança - Não deve mesmo ser complicado... Senão o pequeno Atala Silva, 13 anos, não seria quase um veterano do rapel. Há pouco mais de um ano, acompanhando o pai na venda de DVD's na passarela, ele tanto olhou as peripércias ao lado que tomou coragem e encarou a altura equivalente a um prédio de quatro andares. "Eu tinha 12 anos, foi a primeira vez que fiz. Não tive medo", contou Atala, que agora segura firme na corda e vai rumo ao solo como se estivesse numa brincadeira tranquila.

Sobre os riscos do rapel urbano, Danilo afirma que eles existem, porém, o perigo pode ser evitado tomando os cuidados necessários. "Até hoje, em todos esses anos, não tivemos problemas com acidentes". O líder diz também que nunca ocorreu nenhuma proibição ou reclamação por parte dos órgãos públicos.

Vai encarar? - Para quem quiser se juntar aos Aranhas Negras, basta entrar em contato com o grupo, através da comunidade no orkut ou pelo telefone de Danilo Campos (71 8130 1927). Os integrantes pagam uma mensalidade de R$ 20 e são orientados a adquirir parte dos equipamentos básicos para a descida, o que pode chegar a um investimento de R$ 250. Além do rapel urbano, todas as quintas-feiras, em alguns domingos eles escolhem outros lugares para fazer trilhas e caminhadas ecológicas e arborismo.
Eudes Benício
(eudes.benicio@redebahia.com.br

Um comentário:

  1. vai rolar hoje?queria saber para poder compartilhar com vcs...eu faço as manobras na passarela do salvador shopping com Tiago e gostaria de saber se hoje vai ter.

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